A experiência do cliente como estratégia de inovação

A internet foi a estrada que viabilizou a globalização e o acesso a mercados inexplorados, mas vivemos hoje um momento em que a transformação digital vem encurtando distâncias e derrubando barreiras de forma acelerada, entre consumidores e produtos.
Pensar na Microsoft ou na Apple como empresas americanas, ou na Volkswagen como uma empresa alemã talvez não faça o menor sentido nos dias atuais.
Embora suas matrizes (headquarters)estejam em seus países de origem, seus fornecedores e fábricas estão espalhados pelo mundo todo.
A internet foi a estrada que viabilizou a globalização e o acesso a mercados inexplorados, mas vivemos hoje um momento em que a transformação digital vem encurtando distâncias e derrubando barreiras de forma acelerada, entre consumidores e produtos.
Isso reduziu drasticamente o ciclo de vida dos produtos, o que obriga os fabricantes a reverem seus planejamentos com muito mais frequência do que antes.
Quem não se lembra do Monza, o carro da década? E o que dizer do Opala, um carro de duas décadas? Impensável para os dias de hoje, onde a cada ano a indústria automobilística revisa o design de cada modelo para não perder mercado. E o que dizer ainda das possibilidades de customização, como é o caso da MINI, em que o cliente tem mais de 300 opções de personalização, o que torna cada exemplar único pelas ruas?
Mas nem tudo são flores. Assim como os clientes estão em todos os lugares, os concorrentes também estão, e nem sempre são visíveis aos olhos.
Precisamos rever o conceito de concorrência e notar que concorrente não é quem vende os mesmos produtos que você, mas sim quem resolve um problema do cliente melhor do que você!

Embora a Natura e a Cacau Show tenham propostas bem diferentes, ao comprar um presente de ultima hora, o consumidor vai tirar a carteira do bolso apenas para um deles.

Este olhar sobre a solução de problemas reais, tem feito com que empresas pequenas e grandes, ao redor do mundo, briguem palmo a palmo por cada venda e a globalização tecnológica possibilita a comparação minuciosa do consumidor, a apenas um “google” de distância.

No meu ponto de vista, esta é a principal razão que embasa a “transformação digital”, pois não estamos falando aqui de automatizar processos produtivos, robótica, inteligência artificial, etc. mas sim na mudança do modelo de negócio de uma companhia, para se adaptar ao mercado. Pense na Nike que lançou um serviço de assinatura de tênis infantis para os pais que não querem perder tempo em lojas de calçados…

Pois bem, na mesma semana em que o PIB do Brasil foi ultrapassado pelo faturamento da Apple, uma das mais tradicionais empresas brasileiras, a Vale do Rio Doce, viu o seu valor de mercado ser ultrapassado pelo o Mercado Livre, que se tornou a empresa mais valiosa da América Latina.

Se ainda havia dúvidas sobre o “novo normal”, agora está mais do que claro que praticamente todas as relações de consumo estão sendo revistas. Enquanto muitos negócios estão morrendo durante a pandemia, outros estão explodindo, porque entenderam que precisavam abandonar velhos modelos e aproveitar a nova onda.

Um exemplo disso é o caso da Magazine Luiza (agora Magalu), que num movimento ambicioso, nos últimos dias, deu um forte passo para criar um ecossistema parecido com o da Amazon, no mercado brasileiro.

A rede de lojas fez duas aquisições, o Canaltech e a startup pernambucana InLoco, e entrou no mercado de conteúdo e publicidade pela internet, lançando a Magazine Ads, ou seja, a empresa de Franca agora quer “tirar uma casquinha” do Facebook, Google e até mesmo da Globo!

Isso pode não fazer sentido, num primeiro momento, mas aproveita as competências internas da empresa, para se reinventar e avançar para outros mercados. Afinal resolver o problema do cliente é o que mais importa.

Outro exemplo que ilustra essa situação é o recente movimento do Ifood. Em abril de 2020, as empresas de benefícios como Sodexo, VR, Ticket, Alelo comemoraram a expansão dos seus negócios, passando a ser alternativa de pagamento nos aplicativos de delivery como Ifood e Rappi, e assim atender um antigo desejo dos usuários do Vale Refeição. Em agosto, o Ifood anunciou que vai oferecer o serviço de Vale Alimentação e Vale Refeição para as empresas, e assim morder um pedacinho desse mercado de benefícios que movimenta R$ 150 bilhões ao ano no Brasil.

Crise e oportunidade são dois lados da mesma moeda. Resiliência, flexibilidade e coragem para mudar são premissas comuns do startup mindset, que deve estar no radar de todas as empresas: individuais, pequenas ou gigantes.

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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação

Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.

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