Lendo a monumental biografia de Steve Jobs, escrita por Walter Isaacson, percebe-se que o Vale do Silício conseguiu formar empreendedores como Steve Jobs, Bill Gates, Mark Zuckeberg, Elon Musk, entre outros, por causa de uma cultura de empreendedorismo e inovação construída ao longo de décadas.
“Quando eu passar em um ponto de ônibus e ouvir as pessoas comentando: Cara! a gente vive na região da inovação e do empreendedorismo! Nesse dia terei realizado o meu propósito”.
Essa foi apenas uma das pérolas que José Azarite soltou na última Live de Quinta da WeGo.
Azarite é vice-presidente da Venture Hub, foi diretor do CPqD por 30 anos, vice-presidente de marketing do Fórum Campinas Inovadora, onde conseguiu organizar os principais agentes econômicos e de inovação da região.
Lendo a monumental biografia de Steve Jobs, escrita por Walter Isaacson, percebe-se que o Vale do Silício conseguiu formar empreendedores como Steve Jobs, Bill Gates, Mark Zuckeberg, Elon Musk, entre outros, por causa de uma cultura de empreendedorismo e inovação construída ao longo de décadas.
A região da baía de São Francisco, que ainda inclui cidades como Palo Alto, Santa Clara e São José na Califórnia, respira a indústria com base tecnológica desde o começo do século XX.
O silício é a matéria-prima dos microprocessadores, que é a base tecnológica da revolução computacional e a presença abundante desse semicndutor proporcionou o surgimento de cadeias de indústrias nas áreas de rádio, televisão e produtos militares.
Por trás de uma cultura forte como a do Vale, há sempre a iniciativa dos empreendedores. Na década de 40, Frederick Terman, então reitor da Universidade de Stanford, incentivou os professores da universidade a criar as empresas que surgiram em torno da faculdade.
Assim se formava a dupla hélice entre empresas e a universidade, que se conectava a terceira hélice representada pelos interesses governamentais no fortalecimento da indústria bélica na região.
Para Azarite, a RMC – Região Metropolitana de Campinas é provavelmente a única região na América Latina que possui bases similares à São Francisco para a construção de um Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo.
Entre esses elementos, se destacam a presença de grandes empresas de base tecnológica como a Bosch, Promon, a Samsung, a 3M, a John Deere, na região.
Também se destaca a relevância da Unicamp, uma das melhores universidades da América Latina, com expressivo volume de pesquisas e patentes, além de outras instituições de ensino de grande porte, como a PUC – Campinas.
E tal como Stanford, a Unicamp também possui suas empresas-filhas, fundadas por ex-alunos, de destaque, como a CI&T, Movile (dona do Ifood e Sympla), Quinto Andar, etc.
Além disso, a região conta com importantes institutos de pesquisas como o Eldorado, o Venturus e o Sírius, que contempla o acelerador de partículas.
Campinas é uma das poucas cidades do Brasil que possui um Plano Diretor para Cidades Inteligentes, e que mostra um forte compromisso do poder público em se integrar nessa revolução cultural e tecnológica.
A revolução cultural do Startup Mindset nas grandes empresas e na sociedade
“Empreendedores mudam o mundo, nós criamos os empreendedores”.
Essa frase, que é quase um mantra para os organizadores do Startup Weekend de Indaiatuba, já foi usada em diversas versões, em eventos, como o Superlógica Experience, e anuncia a chegada de uma nova forma de empreender, o Startup Mindset.
Está cada vez mais claro que a cultura do empreendedorismo de alto-impacto é fundamental para a reconstrução do país pós-pandemia,
Neste modelo mental, mesmo quando os empreendedores falham, essa experiência é muito valorizada, pois podem evitar erros maiores e ajudar outras empresas a reinventar seus produtos e seus modelos de negócios para se manterem relevantes no mercado
Além disso, a experiência de experimentar e errar num negócio, acaba por qualificar o empreendedor e o prepara para a próxima tentativa.
O Startup Mindset pode ser um dos motores para mostrar um novo caminho para a economia do país, pois as pequenas empresas são responsáveis por uma grande fatia dos empregos dos brasileiros, porém, estes pequenos empreendimentos, são os mais vulneráveis diante das crises, o que contribui para um perfil de emprego mais “braçal” e menos técnico, o que compromete a solução de problemas reais da sociedade, como um todo.
Por isso, iniciativas como a Venture Hub, o Startup Weekend e hubs de inovação como a WeGo, não são apenas fundamentais para estimular inovação e a economia, mas também para transformar profundamente o país sob o ponto de vista sociocultural.
Por fim, Azarite acredita em algo que é o que também me motiva, a participar desse movimento: A Sustentabilidade pelo Ecossistema, onde as pessoas e as empresas serão mais empáticas com meio ambiente.
Campanha para criar o “Fórum Indaiatuba Inovadora”
Assim como em Campinas, que em poucos anos vem aparando as diferenças e criando um ambiente de negócios colaborativo, defendo a criação, em Indaiatuba, de uma iniciativa semelhante ao Fórum Campinas Inovadora, e que torne possível a conexão dos diversos atores em torno de uma agenda com o propósito de criação de políticas públicas de incentivo e do fortalecimento do empreendedorismo de inovação em nossa cidade.
Portanto, cabe a nós, como sociedade e como agentes do ecossistema, escolhermos o caminho que desejamos para os próximos anos: o da pujança econômica e a cultura do Startup Mindset, ou estarmos na arquibancada, assistindo um grande espetáculo transformador, que já está em curso, em nossa região.
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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação
Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.