O empreendedorismo de alto impacto e a transformação digital das Universidades

Em nossos artigos mais recentes (veja artigos anteriores), tenho falado bastante sobre a chamada Hélice Tríplice, um conceito descrito no livro do mesmo nome por Etzkowitz, em 2009, que trata dos desafios e da importância do entrelaçamento de 3 agentes principais para a consolidação de um Ecossistema de Inovação numa comunidade: Universidades, Empresas e Poder Público.

Mas antes de seguirmos, precisamos nos lembrar, que cada ecossistema, tem seu próprio DNA e sua próprias vocações, por isso não há um roteiro ideal de envolvimento destes atores, mas sim uma ideia de equilíbrio, ou seja, quando eles entram em cena de forma interativa, o ecossistema prospera de forma acelerada.

Em resumo, o que quero dizer é que numa economia baseada em dados as cidades precisam se transformar para atender suas demandas em saúde, conexão, mobilidade, segurança, trabalho, etc. e para isso a formação de pessoas, cooperação tecnológica para desenvolvimento de produtos e políticas de incentivo precisam estar alinhadas.Triple Helix Innovation

O Vale do Silício é um exemplo vivo dos efeitos desta tríade, mas no Brasil também já se pode ver cidades construindo seus pilares de inovação em torno

destes elementos. Em Campinas, a Unicamp, é responsável por gerar um grande número de patentes e de empresas filhas ao seu redor. Em Minas Gerais, as cidades de Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, também estão se posicionando em torno da produção científica do Inatel e da Unifei.

Nesta semana, em nossa live de quinta, conversei com 3 visionários da educação, os professores Edevaldo Vosgrau, Júlio Cesar Passos e Marcone Medina que têm feito um trabalho verdadeiramente intraempreendedor na UniMax, a maior universidade de Indaiatuba.

Eles criaram o Startup Night, no ano passado, incentivando alunos de Logística e Marketing a pensar em soluções para problemas reais da sociedade, através do startup mindset, como alternativa ao bom e velho TCC. Neste ano o projeto cresceu e incluiu mais de 200 alunos de outras disciplinas, além da parceria com a WeGo, onde os alunos de engenharia mergulharam num hackathon de 3 semanas, para desenvolver soluções pós COVID-19.

Já virou clichê, dizer que a pandemia acelerou a transformação digital nas empresas e na sociedade, mas o sistema de educação, no planeta, está sendo passado a limpo. Costumo dizer que a economia não para e que o dinheiro não desaparece, ele apenas troca de mãos. Você conhece alguém que queima dinheiro?

A real é que a relação capital-trabalho está se transformando e as escolas precisam se adaptar. O modelo tradicional de ensino prevê a formação técnica com vistas a um mercado de trabalho que está com os dias contados. Estamos vivendo a “era do fim do emprego”, e uma nova forma de trabalho está sendo desenhada. O empreendedorismo deverá se tornar matéria obrigatória, desde o ensino fundamental, em muito pouco tempo.

Muito, das estatísticas de insucesso, de empresas nascentes, no Brasil, se deve à falta de preparo de seus fundadores. É comum vermos advogados, médicos, dentistas, arquitetos, engenheiros, formados por excelentes universidades,

totalmente perdidos, em relação à gestão de seus próprios negócios. Eles não foram preparados para o marketing, vendas, planejamento financeiro, contratação de pessoas e ao mesmo tempo garantir a prestação de serviços. 

Até mesmo os alunos de administração não fogem a essa regra, pois são preparados para o exercício técnico “dentro de uma multinacional” e não para uma iniciativa intraempreendedora na companhia.

No Brasil, esta cultura ainda está engatinhando, então iniciativas como o Startup Weekend, Hackathons, Empretec (SEBRAE) e programas de aceleração como os da WeGo visam solucionar essa lacuna. 

Os três professores são unânimes ao afirmarem que o startup mindset torna os alunos mais flexíveis e preparados para o novo mercado. “Aqui o aluno pode errar, quanto mais ele erra mais ele aprende”, conta o professor Julio.

Para eles a transformação educacional virá através do professor que irá atuar, não apenas como detentor do conteúdo, mas, como um facilitador do desenvolvimento técnico e sobretudo humano do aluno.

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Esta live com os professores da UniMax: Edevaldo Vosgrau, Julio Cesar Passos e Marcone Medina e outros conteúdos raiz sobre inovação, empreendedorismo e investimentos você encontra lá, no canal.

Também é possível agendar uma mentoria comigo e com o nosso time, gratuitamente, através do nosso grupo de whatsApp, onde compartilhamos diariamente conteúdos de inovação e empreendedorismo. Basta acessar: bit.ly/wegovip

Coluna: Empreenda Startup

Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação

Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.

contato@wegohub.com.br

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