A saída da Ford do Brasil e o futuro da indústria automobilística

A saída da Ford do Brasil revela que a indústria pode estar vivendo um ponto de inflexão que pode ser o início da disrupção tecnológica já prevista há mais de uma década.

No dia 11 de janeiro, os contornos do processo de desindustrialização ganharam traços mais dramáticos com o anúncio da saída da Ford, do Brasil.

Somente no ano passado, 5,5 mil fábricas encerraram suas atividades. Ao todo, entre 2015 e 2020, foram extintas 36,6 mil. Isso equivale a quase 17 fábricas por dia, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O processo de desindustrialização no Brasil é real e as consequências vão desde uma queda de relevância econômica, até a fuga da força de talentos para outros países.

Como já discutido em outros artigos desta coluna, a fuga de cérebros e de indústrias afetam a densidade do ecossistema de inovação aberta, afinal as grandes empresas são um dos pilares do ecossistema, ao lado das universidades e do poder público.

Mas a saída da Ford do Brasil revela que a indústria pode estar vivendo um ponto de inflexão que pode ser o início da disrupção tecnológica já prevista há mais de uma década.

No ano passado, ainda antes da pandemia, estive num evento, em que o Head de Inovação da Volvo, contava sobre as decisões da empresa de abrir mão de operações, que até então, faziam parte do core da companhia, para assumir um papel capaz de garantir uma “atualização” do modelo de negócios.

A Volvo Group Venture Capital, fundada em 1997, é um fundo de investimentos da própria Volvo, que tem por missão garantir a perenidade do negócio, e não das operações atuais. Investir em Soluções Autônomas de transporte de carga, Serviços conectados, e Eletromobilidade, preservam o know how de uma empresa centenária, mas se mantem num jogo onde economia compartilhada, internet das coisas, big data, etc. são termos que vão ditar as novas regras dos negócios.

Quero chamar a atenção, aqui, para um fato, que só quem esteve sentado numa cadeira de decisor, sabe como é difícil a tarefa de mudar o rumo de uma companhia, especialmente quando as coisas vão bem. Não existe nada mais conflitante para um presidente do que convencer os investidores que é hora de abrir mão das vacas leiteiras, para estar devidamente posicionado num futuro próximo.

Um outro caso emblemático, de transformação digital, é o da Bosch. Cerca de 70% da receita global da empresa, advém de peças para motores a combustão da indústria automobilística. Até 2025, a produção deste tipo de motor sofrerá uma redução tão grande, capaz de quebrar todas as empresas que dependam desta receita. É preciso cavar o poço antes de sentir sede! Para a Bosch, “conectividade” passou a ser o novo core.

Muitos pesquisadores criam hipóteses de como os carros autônomos e elétricos irão afetar o comportamento das pessoas, que provavelmente deixarão de comprar carros todos os anos e passarão a pagar apenas pelo uso, ou seja, é o “modelo per service” das empresas de software chegando na indústria.

Até o momento, os carros high techs movidos a eletricidade e autônomos (sem a necessidade de motoristas humanos) eram coisas do futuro, porém com a chegada da tecnologia 5G, estes projetos se tornaram realidade, como no caso da Tesla. Agora é uma questão de escala…

A pandemia, colocou na mesa, um ultimato, para a reinvenção dos negócios de muitos setores da indústria, mas o setor automobilístico, talvez seja um dos que mais irão responder à essa transformação digital.

Partes das marcas vão desaparecer em pouco anos, e acredito numa onda de fusões e aquisições que irão criar um novo campo de batalha.

A agilidade para estas mudanças não está na cultura atual, mas sim numa mentalidade que virá do ecossistema fortalecido pela inovação aberta, ou seja, com vários atores: startups, concorrentes, clientes, usuários, etc.

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