Centros Tecnológicos – Você ainda vai ter um por perto

Nos próximos meses o Governo de Santa Catarina irá inaugurar 6 Centros Tecnológicos nas cidades de Blumenau, Brusque, Chapecó, Itajaí, Joaçaba e Tubarão.

Quando o Brasil venceu as candidaturas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio em 2016, além da corrupção, um dos principais receios da população eram que as estruturas esportivas se tornassem “elefantes brancos”.

E de fato, muitos estádios, no Brasil, acabaram ganhando essa pecha e se tornaram espaços injustificáveis.

Esse cenário, comum no Brasil, de obras faraônicas, vistosas, não se restringe apenas ao futebol e carrega em si enorme capital eleitoreiro.

A bem da verdade é que isso já foi bem pior, não só por aqui, mas no mundo como um todo. Muitos governantes, têm se conscientizado, sobre a importância de Planos de Estado em detrimento aos Planos de Governo, iniciativas capazes de preparar o desenvolvimento de uma comunidade, com visão muito mais longa do que um ou dois mandatos, um conceito de Nação.

Mas Feijó, o que os elefantes brancos da Copa do Mundo têm a ver com o tema de inovação que você escreve aqui toda a semana?

Para responder isso, quero dar um passo atrás.

Em 1982, o governo chinês de Deng Xiaoping, implantou definitivamente, as chamadas, Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). As principais zonas econômicas foram estabelecidas em Shantou, Shenzhen e Zhuhai, mas hoje elas estão presentes em quase todo o território chinês.

Esta foi uma das principais medidas adotadas pelo governo daquele país para promover a abertura de mercado e para posicionar a economia chinesa como a segunda maior do mundo, em apenas 2 décadas.

O termo “Especial” refere-se principalmente, às politicas diferenciadas e flexíveis de incentivos que favoreceram a instalação de empresas e a atração do capital privado.

Nos próximos meses o Governo de Santa Catarina irá inaugurar 6 Centros Tecnológicos nas cidades de Blumenau, Brusque, Chapecó, Itajaí, Joaçaba e Tubarão.

Eles se juntarão a outras cidades catarinenses que já contam com Centros Tecnológicos como Caçador, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages e Videira. Além da capital Florianópolis que já conta com seus centros de inovação privados.

Ainda não estão nessa conta, os Centros Tecnológicos em Criciúma e Rio do Sul, na fase de planejamento, e do município de São Bento do Sul com 60% das obras prontas.

Os Centros Tecnológicos de Inovação Aberta têm o intuito de serem a referência do ecossistema de transformação digital na região agregando empreendedores, aceleradoras, instituições públicas e outros atores do ecossistema.

Mas o grande dilema para os decisores quanto e este tipo de inciativa, é o risco destes Centros Tecnológicos ficarem vazios, ou virem a serem ocupados por outros empreendimentos sem qualquer relação com o ecossistema de inovação aberta.

Em 2016 foi inaugurado o primeiro Centro Tecnológico público em Lages, porém o “prédio” chegou antes do ecossistema e das empresas se instalarem na região, e por muito pouco, Lages não ganhou um “elefante branco”, que em algum momento seria destinado a outra finalidade.

Mas a ignição de um ecossistema de inovação pode vir de vários lados, como universidades, empresas, poder público, mas também de um manifesto da própria comunidade, como é o caso de Indaiatuba – SP, em que um grupo de lunáticos sonhadores, acreditaram que poderiam colocar a pedra fundamental desse ecossistema, e em menos de 2 anos, já podemos ver resultados e o reconhecimento da inserção da nossa cidade, na rota da inovação.

Se por um lado, Lages e Sorocaba, viram seus Centros de Inovação nascerem do esforço do poder público, em Florianópolis, que é um dos principais ecossistemas do Brasil, os principais hubs são privados, e foram criados pelas próprias empresas.

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Na real, mais do que construir obras e esbanjar dinheiro em “editais”, quando falamos de inovação, estamos nos referindo à formação de pessoas e o mais importante, à criação de uma cultura empreendedora local, capaz de atrair o desenvolvimento, geração de emprego e renda, de forma muito rápida.

É preciso ressaltar que o fator humano é o principal agente transformador de uma sociedade, afinal, são as pessoas que fundam as startups, que trabalham para alavancar as empresas e movimentam a economia local.

O grande desafio é “colocar esta carroça para andar”. Primeiro precisamos colocar as melancias dentro dela, depois elas, naturalmente se ajeitam.

Apesar dos 13,7 milhões de desempregados (setembro/2020) e uma taxa de 76 milhões de pessoas fora da força de trabalho (considerada desocupadas) nunca houve tantas vagas não preenchidas nas empresas de tecnologia.

Muitos especialistas já apontam que o maior risco paras empresas nos próximos anos, é justamente a falta de pessoas qualificadas.

No Brasil, são formados 42 mil profissionais de tecnologia por ano, enquanto que a demanda do mercado anual supera os 70 mil.

Há muito dinheiro, em jogo, na mesa, e por isso quero chamar a atenção para o fato, de que, se todos os atores: escolas, empresas, governo e aceleradoras, estiverem trabalhando de forma sincronizada, será mais fácil, rápido e barato para todos, colherem os resultados.

Enquanto isso não acontece, aceleradoras e hubs como a WeGo cumprem esse papel educacional, com seus programas de aceleração e de inovação aberta, facilitando a conexão entre os diversos agentes.

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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação

Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.

contato@wegohub.com.br

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