Empreender não é tiro curto, é “maratona”

Não foram poucas às vezes em que Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi, alertou que ele não é parâmetro para ninguém.

“Neste esporte, o velocista Usain Bolt, tricampeão olímpico dos 100 metros rasos, perderia tomando uma volta de diferença do vencedor…”

É fácil se empolgar com o crescimento acelerado, quase mágico, das startups, ao olhamos o quadro histórico de uma Loftque em apenas 16 meses se tornou um unicórnio, ou da Easy Taxi, que em 4 anos se transformou numa multinacional, presente em 25 países. Mas como dizem os mineiros: “-Todo mundo vê as pingas que eu tomo, mas ninguém vê os tombos que eu levo!”

trackrecord (retrospecto) dos fundadores dessas startups, precisa ser avaliado com minucia para entendermos o sucesso destes empreendimentos.

Não foram poucas às vezes em que Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi, alertou que ele não é parâmetro para ninguém.

E realmente, tanto no caso de Tallis, como no caso de Florian Hagenbuch e Mate Pencz, fundadores da Loft, o contexto de vida destes guerreiros, justifica o resultado de suas experiências.

Antes de participar da histórica edição do Startup Weekend Rio 2011, organizada pelo Google, em que Tallis criou a Easy Taxi, ele já havia acertado e quebrado vários empreendimentos, desde os 14 anos de idade, assim como a dupla Florian Mate, que já tinham fundado a gráfica digital Printi, antes de explorarem o segmento imobiliário, com a Loft.

Costuma-se dizer que é preciso 10 mil horas de experiência para a formação de um empreendedor, e por isso esse jogo não é uma corrida de 100 metros.

Muitos quilômetros com subidas e descidas, inclusive com a possibilidade de “algum fanático” para atrapalhar, faltando alguns metros da linha de chegada, caracterizam este jogo.

Nesta semana, na Live de Quinta, conversei com João Marinelli, CCO da Origem by Darwin Startups, que é o braço educacional para formação de empreendedores de uma das principais aceleradoras do Brasil, situada em Florianópolis.

Neste papo, João ressaltou sobre o tempo de desenvolvimento da startup entre as etapas do MVP (Mínimo Produto Viável) até o Product Market Fit (momento em que o empreendedor tem em mãos um bom produto, num nicho, que satisfaçam as dores do cliente).

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Enquanto nos EUA, esta maturação leva entre 8 a 12 meses, no Brasil, em média, o empreendedor gasta nesta jornada, entre 24 a 30 meses.

Portanto empreender com uma startup está longe de ser uma corridinha. É sim uma maratona longa em que o empreendedor precisa ter resiliência e perseverança, falhar e aprender rápido para alcançar o aprendizado necessário para chegar, com o produto certo para o mercado certo.

A mesma maratona acontece na formação dos ecossistemas de inovação aberta

Mesmo longe do eixo Rio – SP, Florianópolis rouba a cena dos ecossistemas de inovação aberta no Brasil.

Para se ter uma ideia, atualmente a arrecadação da capital catarinense com impostos oriundos das empresas de tecnologia já é 4 x maior do que a indústria do turismo.

Ao observarmos o sucesso de Florianópolis, precisamos lembrar que este não pode simplesmente ser copiado. O desafio é bem maior!

Florianópolis vem, há 40 anos, estimulando as empresas de tecnologia, e conectando os atores locais para o desenvolvimento do ecossistema. O mesmo aconteceu com o Vale do Silício, em São Francisco, nos EUA. Por várias décadas, a política local para construção de um ecossistema envolveu a Universidade de Stanford, a indústria militar e de tecnologia na região.

Portanto, a formação de um ecossistema de inovação aberta também não é uma prova de 100 metros, de um grupo de pessoas ou de um único um governo. É uma jornada longa que pede uma estratégia de longo prazo.

Mas para fazer justiça, nesse texto, ao tricampeão olímpico Usain Bolt, é possível comparar o ecossistema de inovação em cidades como São Francisco e Florianópolis, com a Jamaica no que se refere ao Atletismo.

No país caribenho, o esporte é mania nacional, estimulado desde a infância.

Como se vê, para Jamaica ter se tornado uma potência esportiva no atletismo foi também necessário o estabelecimento de uma cultura e todo um ecossistema voltado para essa finalidade.

WeGo tem compromisso e a missão de formar empreendedores e empresas exponenciais, pois sabemos, que na perspectiva do tempo, nossa região também possa se tornar um ecossistema de inovação pujante e inclusivo.

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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação

Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.

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