O impacto da cultura hacker, gamer e maker na transformação digital

“Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez!”

No início da década, com a explosão do movimento das startups brasileiras, especialmente das fintechs, muito se discutia sobre as regras a serem seguidas, mas na verdade, o que vimos, com o tempo, foi uma “hackeamento” das regras do jogo.

Quem poderia imaginar, que em tão pouco, num dos mercados, mais regulados do país, seria possível, encontrar “brechas” para encurtar o caminho da inovação e criar uma nova realidade de bancos digitais, sem agências, apenas com uma interface pelo celular?

Nesta semana, o meu amigo Jonathan Boilesen consultor empresarial, programador e CEO da Boilesen Associates esteve em nossa Live de Quinta e comentou num papo mais que filosófico, sobre o real papel da tecnologia e da Transformação Digital numa sociedade mais inclusiva. Falou também da importância do uso das metodologias ágeis e da sua visão em relação ao controle do conhecimento.

Para Jonathan, Transformação Digital é facilitar o acesso ao conhecimento, um contrassenso se pensarmos em empresas com interfaces e plataformas proprietárias, como é o caso da Apple, cuja tecnologia, limita a sua integração com outros fabricantes que poderiam facilitar a vida de milhões de usuários. Algo compreensível, sob o ponto de vista de estratégia empresarial, mas altamente elitista, em termos de sociedade.

Falamos da cultura proposta pela inovação aberta (Open Innovation), onde estão surgindo empresas e comunidades que permitem que outras empresas e empreendedores possam desenvolver serviços e soluções de forma colaborativa, através das chamadas API´s, Interfaces de Programação de Aplicações, uma tendência, onde é possível disponibilizar dados para que outras soluções, que não fazem parte do escopo da organização, sejam desenvolvidos, por terceiros a fim de solucionar problemas reais da sociedade.

Como exemplo temos a John Deere, uma gigante do agronegócio, que criou uma plataforma para outras empresas e startups utilizarem a sua base de dados para criar novas soluções para o campo.

Em alguns casos de “Empresas Abertas”, a Transformação Digital atinge níveis, em que a gestão chega a renovar complemente a cultura organizacional, como é o caso da Valve, uma das maiores empresas de jogos, criadora do fenômeno Counter Strike, onde os fundadores resolveram eliminar todos os chefes e cargos de liderança, promovendo um ambiente de autonomia em que o resultado depende do desempenho do time e o próprio grupo expele quem não tem a mesma “pegada” e os valores da comunidade.

Mas talvez o traço mais marcante dessa “Cultura Gamer” que tem influenciado as grandes empresas, é o lema “tem que ser divertido”.

E a partir daí, tem se popularizado o “jeito startup de parecer” em que as empresas investem em ambientes coloridos, jogos, piscinas de bolinhas para tornar o ambiente mais divertido.

Não à toa, as startups e as Big Techs do Vale do Silício foram pioneiras nesse processo, pois perceberam que num “ambiente divertido”, e quando os colaboradores se identificam com o propósito, estes são capazes de passar longas horas em “Estado de Flow” para “fechar o jogo”, ou melhor, terminar o projeto.

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E se as empresas de software podem fazer isso, por que as empresas de hardware não podem fazer a mesma coisa? Nascida daquela cultura da “gambiarra”, e dos protótipos de garagem, ganha cada vez mais ressonância a Cultura Maker, de montar e fabricar seus próprios produtos.

O principal pilar da Cultura Maker é colocar a mão na massa e construir o que é preciso. Ela é responsável por horizontalizar os meios de produção, e incentivar que os colaboradores “criem as suas próprias soluções”.

Com a popularização da Impressora 3D, a tendência é que essa cultura ganhe cada vez mais força, e vamos ver empresas investindo em Fab Labs ou Makerspaces (laboratórios de fabricação), que promovem a livre troca de ideias, recursos e a colaboração em projetos.

Descentralizada como a Valve ou não, o certo é que cada vez mais as empresas têm a necessidade de se adequar a essa realidade, e hubs com a WeGo tem a missão de implementar e engajar essa cultura dentro das grandes empresas.

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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação

Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.

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